23 de maio de 2017

[Primeiras Impressões] O Bosque de Faias, Amanda Bonatti.


Olá pessoal! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim. Hoje eu estou aqui para relatar minhas primeiras impressões do nacional O Bosque de Faias, escrito pela autora Amanda Bonatti, autora também do Lágrimas de Outono (você pode adquirir clicando no nome). Pela capa e título eu julguei mal o livro afinal achei que era uma fantasia, mas ele me surpreendeu de forma positiva com uma leitura extremamente agradável de romance histórico.
Lembrando também que as imagens abaixo foram fornecidas pela autora, todas elas serviram de inspiração na criação da história.

Sinopse

Joana é uma jovem francesa do século XIX, que luta pelo seu direito de liberdade. No entanto, em uma época em que os pais ditavam as regras e firmavam acordos nupciais unicamente baseados em dotes e interesses, ela precisará usar de toda a sua força e rebeldia para alcançar o que quer. Ela conhece Alexandre e logo seu coração começa a dar indícios de uma paixão, no entanto uma grande mentira faz com que eles se afastem. Quando surge em sua vila o rico e encantador Phillip, herdeiro da mansão Motier, os pais de Joana farão de tudo para casá-la com o jovem abastado. Se de um lado o coração de Joana clamará para que abandone o orgulho e dê uma segunda chance para o amor; por outro lado, a dúvida, pressão e as conveniências sociais a empurrarão cada vez mais para um casamento sem amor.

Impressões


"[...] Mesmo assim, no bosque de faias ela se sentia segura, sua mente se esvaziava de todas as tolices românticas que ouvia das irmãs durante o dia inteiro, das imposições do pai, e dos discursos enfadonhos de sua mãe — sempre em favor do marido. Nos livros a realidade se mostrava sem disfarces, sem devaneios e ilusões tolas. Talvez por isso os melhores eram proibidos, e era um desses que Joana tinha nas mãos e que fazia seus olhos arderem por se quase esquecer de piscá-los."
Página 4

Joana tem problemas com sua família causados pela famigerada tradição burguesa de casar as filhas buscando posições privilegiadas na alta sociedade da França. Porém diferente das irmãs, ela nunca sonhou com um casamento, e muito menos, um sem amor. Por esse motivo faz questão de espantar todo e qualquer pretendente, e ainda, todas ás vezes que se vê prestes a encarar mais um dos discursos do pai, dono de grandes terras da região, ela se refugia no Bosque de Faias para exercer sua liberdade lendo e é em uma dessas fugas da realidade que ela conhece um jovem misterioso. 


" [...] Vejo que está acompanhada — Joana pareceu não compreender. — Refiro-me ao livro — disse o jovem voltando os olhos para o livro recém-abandonado no chão e depois encarando os olhos verdes da moça. — É por isso que veio aqui? Para ler?
— Do que isso lhe interessa? — redarguiu com rudeza a fim de encerrar o assunto. O olhar que ele lançou para ela ao falar do livro deixou Joana ruborizada e causou nela uma irritação singular. Ela devolveu o olhar da forma mais dura que conseguiu."
Página 5

Apesar da cortesia do rapaz a jovem ruiva é naturalmente irredutível e recusa até mesmo apresentações que ela julga desnecessárias já que não tem o menor interesse em manter relações com nenhum sujeito. Diferente de seus pais que não veem a hora de afirmarem posições respeitáveis e depois que a filha mais velha faz questão de assustar o último alvo com comportamento nada recatado como é de se esperar de uma jovem dama naquela época, Frederico e Anastácia enxergam no herdeiro Phillip Motier, forasteiro na cidade, e em seu baile de boas vindas, mais que dinheiro, mas uma última esperança.  


"— Com sua licença, perdoe-me se cheguei em má hora. Trago este convite...
— Convite? Convite para o quê? — Anastasia interrogava o jovem, ao mesmo tempo em que o interrompia.
— Para o baile, Madame. Um baile na propriedade Motier...
— Oh! Um baile? Oh! — ela exasperou-se — O senhor é o sobrinho do Lord? Sinto muito pelo seu tio, soubemos o quão valente foi nas batalhas...
— Oh, não, não, eu..."
Página 21

A partir disso a trama começa a se desenvolver em torno da corrida ferrenha dos pais de Joana atrás do sobrinho herdeiro do Lorde mais rico da região, recém falecido. Que por conta disso já imagina-se o quão cobiçado ele será pelas famílias com filhas mulheres que pensam como a da jovem. E por conta de tal euforia, Anastácia, a mãe de Joana, acaba cometendo um terrível engano ao confundir Alexandre, membro da cavalaria do herdeiro e responsável por distribuir os convites do baile naquele dia, com o próprio Phillip que estava em viagem e ele nunca pensou que desmentir a história fosse ainda mais terrível que o próprio engano, especialmente quando descobre que a filha do casal era a mesma moça do bosque que de alguma forma, despertava nele certa curiosidade.


"— Este bosque deve atrair os pintores do romantismo... — ele disse após um silêncio esmagador.
— Não sei, creio que não. Nunca vi nenhum pintor por aqui — ela respondeu em tom baixo, piscando os olhos algumas vezes e passando as mãos frias na face quente a fim de refrescar sua pele. 
— Eles devem estar escondidos. Assim, sem que você os veja, poderiam pintar sua beleza junto com as árvores — ele ousou dizer da forma mais serena que conseguiu. Joana abriu a boca para responder, mas as palavras morreram junto com cada batida desacelerada do seu coração. Alexandre aproximou-se de Joana e pousou um beijo demorado em suas mãos. Ela sentiu-se como se estivesse em um dia abafado de verão, e não no outono."
Página 54

Alexandre não esperava que seu súbito interesse em Joana o levasse a sentir algo mais intenso por ela e consequentemente dar crédito a confusão da mãe da garota. Mas sua omissão alcançou ares perigosos com a chegada do verdadeiro Phillip a cidade e a possibilidade iminente da sua mentira chegar ao fim assim como o contato com sua amada. Essa questão fica no ar com o fim das páginas que recebi, ele será capaz de enfrentar Joana? E ela, será capaz de perdoa-lo? Alias, não somente ela, mas também sua família tipicamente tradicional?


"— Por que não quase nunca consegue me encarar, senhorita?
— Já lhe dei a minha resposta. Não deveria querer exigir mais.
— O que eu quero são os seus lábios dizendo que me amam.
— Casamentos arranjados quase nunca precisam que se usemos estas palavras — ela disse dando-lhe as costas e saindo do gabinete."
Página 93

Romances de época com toda certeza estão na minha lista de temáticas favoritas. Primeiro porque admiro a forma respeitosa como eram conduzidos e segundo pela beleza dos cenários e trajes das personagens e claro, amamos quando nossos protagonistas pensam além de seu tempo e nos surpreendem discordando das regras impostas pela sociedade. Joana é esse tipo de protagonista. Destemida, revolucionária e facilmente apaixonante, ela se tornou uma das minhas personagens preferidas, além é claro de eu me identificar com o fato dela amar ler e não medir esforços para isso, ainda que recriminem sua atitude. Certamente se eu vivesse naquela época agiria da mesma forma. 

Devo acrescentar que nunca li um livro da Amanda, mas agradeço pela primeira experiência que foi sensacional. A escrita desse livro foi em terceira pessoa, e apesar do contexto histórico envolvido em nenhum momento considerei maçante, pelo contrário, ela soube conduzir muito bem o enredo e em diversos momentos me vi rindo de situações cômicas envolvendo os personagens.

Estou ansiosa para descobrir o final, e com toda certeza, minha aposta é que esse título seja um sucesso. E a melhor parte sabem qual é? Podemos ler GRATUITAMENTE pelo Wattpad.

Até a próxima!

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